por Mzwakithi M. Shongwe
Sempre achei a ideia de escapismo, e as maneiras de fazê-lo, muito interessantes. Conheço muitas pessoas que fazem esportes a fim de se perderem num outro mundo, fora dos problemas cotidianos. Outros assistem filmes para evitar a realidade. Livros podem ser outro método construtivo. Para mim, no entanto, viajar é o melhor jeito de escapar com um propósito.
Durante o verão de 2012, voltei à Suazilândia depois de passar um ano no Novo México. Antes de voltar, pensava constantemente sobre como deve ter mudado a vida da minha família durante esse ano. Por exemplo, eu achava que meus pais tinham instalado um chuveiro no banheiro. Achava que a posição da minha família, economicamente, tinha melhorado.
Todos meus sonhos foram destruídos quando minha mãe me contou todos os desastres que tinham acontecido à família. A economia do país precisava de mais dinheiro para funcionar. A situação do país não me pareceu ser suficientemente boa para ficar lá durante todas as férias. Algumas pessoas disseram que era possível termos uma revolução contra o governo e a monarquia. Isto não era a Suazilândia da qual que eu tinha tanta saudade. Esta era uma nova Suazilândia que eu não entendia. Por essas razões, depois de três semanas apôs o meu regresso, decidi sair de novo; desta vez, para Moçambique por uma semana.
Uma amiga de Middlebury, Cara, que se formou em Fevereiro de 2013, aceitou ser minha anfitriã durante minha semana no estado de Inhambane no sul de Moçambique. No primeiro dia, passei a noite num alburgue em Maputo. Às três horas da manhã, acordei e fui à estação de ônibus a fim de chegar ao interior do país. O ônibus saiu às sete horas da manhã e finalmente chegou ao Maxixe às duas horas da tarde. Ao fim da viagem, eu tinha passado um total de onze horas no ônibus. Mas, quando vi a beleza do município, localizado na costa do país, numa baía, toda a fadiga sumiu.
Quando Cara e eu nos encontramos, nos abraçamos e começamos a planejar a semana. Durante esse fim de semana, ela quis me mostrar mais do município e ir a uma celebração cultural na Cidade de Inhambane à qual uma das suas amigas nos tinha convidado. Quando sábado chegou, eu estava pronto para tudo. Saímos para Cidade de Inhambane cedo de manhã. Lá, encontramos Mama Hortência, a amiga de Cara. Ela ficou muita animada quando nos viu. Como seus turistas, ela tornou-se, imediatamente, nossa guia e nos contou sobre a hístória da cidade e o legado da guerra civil lá. Perto da tarde, chegamos ao lugar onde a celebração cultural se localizava. O nome da celebração é miça. Durante a semana de miça, toda a família vem junta para celebrar a vida de uma pessoa que já morreu, agora conhecido como antepassado, por tudo que ela ou ele fez durante sua vida. É uma comemoração bonita na minha opinião.
Todas as mulheres lá estavam cozinhando. Os homens também estavam ocupados, falando. Eu queria saber como fazer leite de coco. Mama Ortência me ensinou. Depois, ajudei com a preparação da mátapa, uma comida feita de camarões, mandioca, leite de coco e as folhas de mandioca. Obviamente, a mátapa é muito deliciosa! Durante o último dia da semana de miça, as pessoas comem até se sentiram satisfeitas. É precisamente isso que fiz! Comi mátapa, lagosta, mandioca, milho e carne. O que é que eu não comia? O que não estava disponível.
Ao fim do dia, dormi como um rei. No dia seguinte, fomos para a Praia de Tofo e passamos lá o dia todo. Foi um dia completo, e uma boa maneira de escapar a situação em meu país.
Abaixo estão umas das fotos que nós tirámos em Inhambane.